Eu não sei bem em qual tempo vivo, gostaria que alguém me situasse no tempo e espaço. Alguém para fazer-me uma genealogia aceitável, descobrir minha arte e tocar meu espírito. Desse tempo, desse tempo, frui o vento, passa o tempo. Nasce a roda, fica o movimento, assim, guardado entre lençois sujos de tempo esparso.
Vou para a cozinha, selo uma carne, sinto o aroma. Eu já faço isso há décadas. O gelo derrete no copo de wisky e os legumes já estão no ponto. Ups ! Esbarrei no shoyo, derrubei. Bad love’s acontecem de tempo em tempos. Já está na hora de surgir o próximo. O atual, o próximo, o atual. Vertigem. Tenho vertigens. Não sei se é o Renascimento, ou então o Maneirismo. Na verdade é gótico, é cheio de decorações esse amor. Ai, meu Deus ! Não quero ver o mundo através de seus olhos, tenho medo, tenho medo de cair de joelhos e não mais levantar. Um mundo verde, assim tão sacro. Eu não aquentaria, como poderia fugir de suas palavras ? Como poderia pegar o primeiro trem para lugar nenhum ? Já é tempo, já é tempo de descobrir o tempo, este que vai ficando para trás e já posso contar as décadas.
Meu Cícero não me suporta mais, eu repito, eu repito tudo. Não me olhe nos olhos, fiz questão de usar lentes sem anti-reflexo apenas para você não me ver. É embaraçoso, é desconfortável abrir a pele como rasgos em tintas, mesmo para Varejão. Por detrás desta superfície exata, manipulada, há algo úmido e mole.
Preciso que alguém passe o bisturi em mim e descubra o que há detrás, pois eu tenho difilculdade. E é só... vou olhar minha carne no forno.
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