Fumo um cigarro de chocolate. Encosto minha cabeça no “clic-clac”, estendo meu corpo no tapete macio, felpudo e negro. Olho para cima e vejo a fumaça doce de meu cigarro acesso. Ela dança para mim, ela me ensina, ela diz o que eu não quero ouvir. É a sensação mágica da vontade mórbida da morte eterna, é a vida, é a mistura. De qualquer forma, me conservo honesta, me conservo ambiental. Invento situações pois não aquento a realidade seca, as imagens reais. Choca-me, tudo. Eu disse: posso sair um pouco. Responderam: não, você precisa saber a verdade. Diga então, eu quero saber. Se é que existe alguma forma verdadeira de expressar atos impuros, pensamentos imperfeitos e ações que queria tanto tomar, mas a realidade avassaladora toma conta de meus atos e não posso me mexer.
O gato sobe na cama, e procura um lugar para se deitar. Olha a luz do computador e nem presta atenção. Ele prefere a sensação de meu pequenino casaco de lã. Ou talvez a cama do “clic-clac”.
Não, não é normal. Meu corpo pede tanto o corpo dele. Entrando e saindo de meu corpinho imaturo, maduro, perfeito, cruo e nu. Entretanto, dentro, é vazio e agradecido. A liberdade entrou novamente pelas minhas narinas e não preciso mais daquele cheiro, e nem daqueles beijos tão falsos, tão derradeiros e que não forma eternos nem mesmo por alguns segundos.
O cigarro de chocolate não faz bem para meu estomago, fico enjoada, como fiquei com tanto excesso de ilusão. Que ilusões puras, que amor contente, que momentos bons e que fim sem graça.
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