Os sentimentos são melhores quando não são escritos. Depois de escritos viram particula podre, é como me sinto em relação a tudo agora. É quando um gato, de repente te arranha, e te morde. Não é doce. Mas é a realidade tocando com rispidez o meu corpo frágil.
Sinto-me ansiosa e derradeira. Sou derradeira. Não tome muitas intimidades com um gato, pode acabar sendo fatal. Eles são originais, não fingem que não mentem. Enganar, suprimir, frojar, pretender, iludir, mostrar os dentes e as garras crueis. E ao mesmo tempo, distilar um doce olhar verde, ou talvez azul.
O ronronar é macio, cuidado, não fique muito relaxada. Acorde, acorde deste sonho infantil. Ele pode te arranhar de novo. Ouça, ele quase pára de ronronar. Vai acordar a casa inteira. O relógio está berrando para eu dormir. Amanhã tem aula, você precisa dormir. Não pode falta de novo, e o tempo urge. Não era assim que mamãe falava?
Sim, apague a luz. Eu vejo o que está fazendo. Você está indo a direção alguma. Está estremecendo e iludindo-se cada vez mais. É necessário, preciso deste drama, preciso desta dor. A melancolia me fortalece, a cerveja também. No fundo, não é nem drama. É apenas uma vontade de me entregar aos fracassados, aos alienados, aos descontentes, aos frustrados.
Quem diria? Aquela meninha de roupa de quadrinha, meia-calça cortada cheia de cola colorida. Saia de seda e nos pézinhos, um sapatinho boneca. Era verdadeiramente, uma bonequinha.
Eu sou, e não me vejo assim. Eu indico sensações, eu provoco argumentos, eu sou uma desilusão. Foi só para rimar, não sou isso, não.
Quero que o papel acabe, preciso dormir. Não durmo enquanto o papel não acaba.
“Caramels, bonbons et chocolats
Par moments, je ne te comprends pas...
Parole, parole, parole…”
E é a vida por detrás das cortinas, está na hora de abri-las. Preciso ver novamente o sol, preciso verdadeiramente ver o sol.
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