
Eu tenho medo. Eu tenho medo. Quando você apareceu naquela casa, como eu poderia pensar que se tornaria o meu desejoso amor. Oh, ilusões traiçoeiras, oh, coração que denuncia minha fraqueza e dor. Eu só quis que você soubesse que não sou tão forte quanto você imagina. Vivo numa relação de boicote próprio e já não consigo não agir assim. Com você quero parar, quero estagnar meu ser em uma condição permanente e segura. Na verdade sou como nos poemas de Heloisa Correa: sou meu próprio porto. Entretanto se você for meu navio, eu poderei navegar tranqüila. Sim, sou marinheira. E essa história poderia ter acontecido
Perguntou-me o que eu escreveria sobre você, eu disse que só escrevo quando acaba, porém eu deveria escrever no percurso. Acho que disse mentira. Eu faço das duas formas. E é nisso que acreditarei porque “pra mim ainda não acabou” disse Ana Carolina em suas músicas. O que aconteceu em Milão tão pouco importa, pois o final já é previsto tendo em vista que ainda estamos juntos. Sensações de Amsterdã no final da rua em Milano, casa em construção
Ele me olhou tão profundo nos meus olhos traiçoeiros que não pude me proteger. Também fazê-lo nunca me trouxe nenhum benefício. Tudo estava tão noir e eu podia ver quando a luz beija a poeira e a faz dançar pela sala com moveis espalhados pelo lugar. Alguns olhavam para a parede, outros observavam curiosos por não terem há tempos a quem observar. O destino começa a ficar perigoso. Nomes se entrelaçam, respirações ficam mais próximas. Ele tira minha blusa e me invade o pensamento sem pedir nenhuma permissão. Eu estou feliz. Eu sempre estou feliz ao seu lado. Não consigo me zangar com seus atos. Na verdade, não quero me zangar. Poeira, havia muita poeira. O som dos pássaros. E eu pensava sobre minha mãe. Quem é ele? Quem é ele? Quem o deixou me querer? Como você pode ser tão ambicioso a ponto de achar que pode me ter? Gostei da sua prepotência sutil. Permiti. Invasores doces e casuais. Você ao contrário é forte, sábio e menino. Você nunca vê quando eu choro. Elas caem, se jogam dos meus olhos como nunca as vi fazerem. Você nunca vê. Você não sabe que sou franca. Parti. A viagem nunca acaba. Estou ficando cansada. Pára! Perdão pelo grito. Ainda trazia lembranças de Paris. Aquele monte de ferros imensos era apenas a sobra de toda a tortura que alguém está provocando
Eu não preciso mais saber de nada, não procuro soluções. Eu vi, eu percebi que você sempre chega na hora certa, surpreende-me com seu método e rispidez. Eu te vi no parque, Parque das Águas, Parque do Piqueri, Praça do Duomo. Por favor, não suma. Persiga meu futuro como a morte persegue a vida. Não deixe que eu me perca por entre meus pensamentos absurdos. Tenho medo. Tenho muitos medos. Pulo a ponte e volto para o presente que já virou passado.
Como é um dia nublado em um parque? A paisagem muda tanto. Estávamos sentados em um daqueles brinquedos de toras de madeira bem alto. Ele me deu a mão. Não tinha nada que pudesse nos atrapalhar, não havia nada que eu pudesse fazer para expulsá-lo dos meus olhos. Estávamos ali, estava frio, fog. E eu, sem bateria na máquina. Gostaria de ser uma só porém não seria eu. Prefiro me repartir em várias,
Aquele lugar, com aqueles prédios. Eles nunca param e eu os acompanho. Nem o frio consegue me impedir. O som era alto e a luz baixa. Existia Tatoo por todo lado. Aquele nicho Sarajevo. Senti-me
Puxei-o para dentro do banheiro onde declarei todo meu amor por esse menino homem. O segurança endoidecido de tesão frustrado ouvia nossa conversa atrás da porta. Quando saímos quis me pôr para baixo. Dei um pequeno show só para ganhar mais notoriedade ainda. Esse veneno não me deixa hora algum. Seguimos uns aos outros e paramos. O ambiente mudou.
Agora era um samba maxixado, mulheres querendo dançar comigo. Os desenhos no seu rosto descobriam tudo o que eu pensava. Eu só ouvia uma onda de som tomar conta da minha cabeça. Quis dançar na mesa. Dancei na mesa. Expulsaram-me. Quis me trancar em um banheiro. Quis fazer coisas das quais me arrependo depois. Fiz. Senti vergonha no dia seguinte de contar para o meu amor o que havia feito. Meus pés não tocam o chão. E como posso me comunicar com o mundo por esta ventosa que me deixa segundos de consciência? Estou tão cúbica que minha cabeça cai no chão. Sinto frio, estou gelada. Ele me deixou passar frio. Senti raiva. Ele me beijou o corpo. Eu dormia morta como um saco de cimento. Não senti nada. Voltei. Chorei. Acabou.
O celular tocou. Uma mensagem:
Te adoroooooo
amiga fikei emocionada ao ler tdo, ainda mais pq conheço bem o protagonista...poxa vida ke lindo...nao conhecia mas esse seu dote de escritora...PARABENS !!!
ResponderExcluirforrte!
ResponderExcluirinteressante ler os dias do seu pto de vista!
beijo